Quando falamos em quimioterapia, o principal efeito colateral que conhecemos e o primeiro que vem a nossa mente é a perda dos cabelos. De fato, esse é um dos mais comuns, mas existem outros que não acontecem com tanta frequência que também merecem a nossa atenção. Um deles é o nevoeiro quimioterápico, também chamado de chemo brain.
Esse nevoeiro é algo cada vez mais debatido na medicina, mas que ainda passa batido na maioria dos tratamentos e muitas vezes o paciente nem sabe que se trata de uma sequela da quimioterapia. A questão é que o chemo brain pode se manifestar ainda durante o tratamento quimioterápico ou até anos após sua conclusão, dificultando ainda mais a identificação do problema.
Neste ARTIGO, tiraremos todas as dúvidas a respeito do nevoeiro quimioterápico.
Sintomas
O nevoeiro quimioterápico é caracterizado por uma série de limitações cognitivas envolvendo perda de memória recente, dificuldades para se concentrar ou até para executar tarefas simples do cotidiano.
A intensidade dos sintomas e a duração do chemo brain varia para cada pessoa. Umas podem sofrer dessas sequelas por cerca de seis meses enquanto em outras pode perdurar por anos. Isso geralmente assusta os familiares e pessoas próximas, pois são sintomas que se manifestam repentinamente e podem trazer grandes dificuldades no dia a dia.
As causas que podem levar um paciente a desenvolver o nevoeiro quimioterápico continuam sendo investigadas e ainda são temas de muitas discussões. Até o momento, acredita-se que o motivo mais coerente é o grande estresse emocional que a pessoa passa nesse período, desde o diagnóstico do câncer até o fim do tratamento.
Porém, pesquisas já indicaram que a quimioterapia também afeta diretamente as células cerebrais relacionadas com a memória e o aprendizado, então novos estudos estão sendo realizados para descobrir se isso realmente pode ser a causa do chemo brain.
Esse efeito também já foi relacionado com certos medicamentos quimioterápicos como a adriamicina, ciclofosfamida, fluorurouracil e paclitaxel. Todas essas drogas são mais comumente usadas no tratamento do câncer de mama, mas também são utilizadas em outros tipos de tumores.
Existe prevenção?
Ainda que os sintomas do nevoeiro quimioterápico cheguem de surpresa, existe algumas medidas que podem ser tomadas já no tratamento para diminuir o impacto das sequelas ou até mesmo evitá-las.
A primeira coisa é nunca exigir muito de si mesmo. É normal que o paciente que já concluiu sua quimioterapia querer voltar ao trabalho imediatamente e recuperar o tempo “perdido”, mas esse esforço e cobrança pessoal podem criar um quadro de estresse muito grande. Também é importante sempre ficar atento ao estado emocional, pois o chemo brain pode estar relacionado com distúrbios psicológicos.
Os hábitos saudáveis também não podem ficar de fora! Ter uma dieta equilibrada e saudável, dormir bem todas as noites (o recomendado é que o sono tenha de sete a nove horas) e praticar um pouquinho de exercícios físicos todos os dias também ajuda muito.
Ao perceber qualquer sintoma estranho, estando relacionado com o chemo brain ou não, procure o seu médico.
Referências